[ Pobierz całość w formacie PDF ]

O referido cadete faleceu no Tijuco, hoje Diamantina, em conseqüência de enfermidade
contraída na cadeia de Vila Rica. Em 1868, ainda viviam pessoas que tinham assistido ao seu
enterro e o viram, no caixão mortuário, fardado e revestido das insígnias maçônicas de mestre93.
Da roda arcadiana de conjurados faziam parte o ouvidor Tomás Antonio Gonzaga, já
promovido a desembargador; o velho Cláudio Manoel da Costa, que possuía muitas obras
proibidas, que estudara e comentara a "Riqueza das Nações" de Adam Smith94 e que se encarregara
de preparar os "códigos fundamentais" da futura república; o poeta Inácio José de Alvarenga
Peixoto; Diogo Pereira de Vasconcelos; o intendente Francisco Gregário Pires Monteiro Bandeira;
os padres Miguel Eugênio da Silva Mascarenhas e Carlos Correa de Toledo, que liam versos e
propagavam a idéia do republicanismo separatista, porque sua atenção não estava voltada para o
todo brasileiro e sim para o torrão natal. As influências judaico-maçônicas manobravam seu
idealismo patriótico.
O anúncio de uma derrama, finta geral do fisco cobrando tributos atrasados, certamente
descontentaria muita gente e aumentaria o número dos prosélitos. A revolução deveria estalar nesse
momento e entre seus planos figurava a queima dos cartórios95, para fazer desaparecer os títulos de
propriedade. Disso, todas as rebeldias assopradas da sombra têm cuidado com o maior empeno:
circun célios, albigenses, jaques, campônios de Maria da Fonte, em Portugal, balaios e quebra-
quilos do Norte, comunistas russos. Outros revolucionários, como os de 1930, se apoderam dos
cartórios, onde põem gente sua.
José Joaquim da Silva Xavier, alcunhado o Tiradentes por exercer a profissão de dentista,
que se tornaria a figura principal da Inconfidência por todos os títulos, nascera em São João Del Rei
e principiara a vida como mascate nas Minas Novas, onde estivera preso e ficara "sem crédito". Era
filho do boticário Domingos da Silva Santos e de Antônia da Encarnação Xavier. Em lugar do
nome paterno, usava o materno. Tinha dois irmãos, ambos sacerdotes, que traziam nomes
diferentes: Francisco Ferreira da Cunha e Daniel Armo Ferreira. Entrara, como recurso de vida,
para a carreira das armas e, sem proteção, estacionara no posto de alferes da 62ª Companhia dos
Dragões das Minas. As preterições lhe amargavam a alma. Tentara a mineração, sem proveito, e
fizera a campanha do Sul, contra os invasores castelhanos. No Rio de Janeiro, procurara obter da
indiferença do Vice-Rei D. Luiz de Vasconcelos a concessão do abastecimento de água e dos
trapiches96. Fazia o que se chama biscates em medições de terras. Era pouco ou nada simpático de
aparência "feio e espantado", disse dele Alvarenga Peixoto. Quando no Rio, o populacho o vaiava
por causa do físico incomum e por viver perguntando a esmo o que faria Minas feliz, depôs na
devassa o sargento-mor José Joaquim da Rocha.
Diz Isaque Iseckson que era possivelmente judeu, por que entre seus nomes há o de Silva,
"preferido pelos judeus-portugueses, como o de Costa e Pinto97". Indicio vago. Maiores se
encontram na versatilidade de sua vida, na leviandade fanfarrona de seu temperamento, na
inquietação constante de seu caráter, nas tentativas desatinadas de ganhos e concessões, na
onomástica mutável de sua família, na profissão do pai (46) e no seu primeiro meio de existência
como mascate. Nada disso, porém, é bastante para se fazer em sã consciência a afirmação de que
fosse de raça judaica. O papel que assumiu na derradeira etapa da malfadada conspirata demonstra,
pelo contrário, um espírito de sacrifício, um amor da responsabilidade e uma resignação altamente
cristã, sem nada de comum com as atitudes dos judeus nessas ocasiões. Se o sangue de Israel
92
Op. cit. loc. cit. A revelação é notável, devi do ao alto conceito de quem a faz.
93
Januario da Cunha Barbosa. "Parnaso Brasileiro", tomo II.
94
J. Norberto, op. cit. pág. 70.
95
Op- cit. pág. 71.
96
Loc. cit.
97
É sabida a predileção dos judeus pela arte de curar e sua derivada, a farmácia. Mendes dos Remédios, Castro
Boticário e muitos outros são cognómes que denunciam ainda hoje, pela profissão ancestral a origem judaica de seus
portadores" - Rodolfo Garcia, "Os judeus no Brasil colonial in -Os judeus na história do Brasil", pág. 12.
65
porventura lhe corria nas veias, de tal modo o meio o purificara através das gerações que pôde
praticar atos que o imortalizaram, tornando-o uma figura simbólica.
No Rio de Janeiro, Tiradentes pusera-se em contato com um moço mineiro que regressava
formado da Europa, o Dr. José Alves Maciel, o qual, segundo o depoimento de Domingos Vidal,
estivera na Inglaterra, buscando apoio para o levante de Minas Gerais. Durante a ausência do
alferes, a 11 de junho de 1788, tomara posse, em Vila Rica, do governo da capitania, o Visconde de
Barbacena, munido de autorização real para a cobrança da derrama, que os conspiradores
esperavam ansiosamente para se manifestarem.
De torna viagem, Tiradentes passou na fazenda do opulento José Aires Gomes, coronel da
cavalaria auxiliar na Borda do Campo, em companhia do ouvidor que ia substituir Tomás Antonio
Gonzaga, Pedro José de Araújo Saldanha Em conversa, expandiu-se sobre as novas idéias. Fez o
mesmo na fazenda do Registro Velho, com o padre Manoel Rodrigues da Costa. O Dr. Maciel, que
fora antes dele para Vila Rica, iniciara-o no mistério da conjura, afirma Joaquim Norberto98, o que
vai ao encontro da referência de Joaquim Felício sobre as instruções secretas ou a prancha trazida
da Bahia. E impossível deslindar o segredo maçônico das origens da conspiração sem consultar os
arquivos secretos da maçonaria. Por onde andarão os papéis desse tempo, se é que houve alguma
coisa escrita?
O primeiro pensamento de Aires Gomes, medroso de complicações, porque as leis
ordenavam a delação, foi levar o que ouvira ao conhecimento das autoridades. Tentou, sem
resultado, por intermédio do desembargador Luis Beltrão. Por causa de seu involuntário silêncio,
posteriormente se viu envolvido nas teias do processo. Tiradentes continuou a falar no assunto.
Falou ao próprio tenente coronel Freire de Andrade, seu comandante, que não gostou disso, e ao
capitão Maximiano de Oliveira Leite, seu superior hierárquico, que o repeliu.
Bandeira da Inconfidência proposta por Tiradentes, com o Triângulo, do qual a
Linguagem Maçônica, no "Livro Maçônico do Centenário", pág. 161, diz unicamente o seguinte:
"Emblema da Divindade. Em sentido literal - chapéu". Em certas reproduções da Bandeira dos
Inconfidentes, o Triângulo aparece encarnado. Clóvis Ribeiro, na sua obra sobre bandeiras e
brasões do Brasil pinta-o verde.
O triângulo na posição em que aí está, pode ser visto na pág 112 da obra "Compass der
Weisen° de Ketmia Vere, o Barão Proeck, Berlim e Leipzig, 1779.
98
Op. cit. pag. 12. É preciso respigar nos historiadores, todos eles desavisados da questão judaico-maçônica, os
vestígios das atuações das forças ocultas. Sobre o Dr. José Álvares Maciel, lê-se o seguinte em Antônio Augusto de
Aguiar, "Vida do Marquês de Baroacena", Imprensa Nacional, Rio de Janeiro, 1896, pag. 7:"... Organizou sociedades
em Minas, Rio de Janeiro e S. Paulo com o intuito de, por meio delas,fazer a propaganda das idéias e preparar
elementos, que na hora oportuna fizessem a revolução°. Esse informe foi dado ao Marquês de Barbacena na sua
mocidade, quando serviu em Angola, por um dos inconfidentes ali desterrados, que ele conheceu.
66 [ Pobierz całość w formacie PDF ]

  • zanotowane.pl
  • doc.pisz.pl
  • pdf.pisz.pl
  • ewagotuje.htw.pl
  • Copyright © 2016 WiedziaÅ‚a, że to nieÅ‚adnie tak nienawidzić rodziców, ale nie mogÅ‚a siÄ™ powstrzymać.
    Design: Solitaire